O que a impede de morrer é aquela lua
no vapor vago e delirante da maré cheia.
O que a prende é a linha salgada
e o silêncio puro do corpo despido.
Impávida, cerca-se de suicídios teóricos
envoltos em fantasmas do passado.
Por causa dele está presa à raiz
à viagem sem retorno
às cumplicidades amarguradas.
O que a impede de viver
é a esperança ébria e imperfeita
que a massacra e lhe morde a vida.
© Margarida Piloto Garcia in-"SOB EPíGRAFE"-TRIBUTO A CAMILO PESSANHA- publicado por Temas Originais 2017
Sem comentários:
Enviar um comentário