Das razões do amor
dizem
uns que sabem, outros que o sentem.
Se
ele arde, se ele é a álgebra da vida
se
é ferida que adivinhas e te impede de morrer
se
tanto te torna exultante ou descontente
se
te faz içar as bandeiras da fé
ou
lutar em tempos de anarquia
se
o amor te faz nascer e renascer
pequeno
ou imenso como lava ou tsunami
se
o sentes, devora-o.
Come-o
até ao caroço e rejubila.
Deixa
que o suco escorra e em ti se abrigue.
Conjuga
verbos inexistentes
e
inventa marés.
Constrói
com dedos corajosos a sábia magia
e
brinda furtivamente aos deuses
não
vá a sorte explodir desassossegada.
Agasalha
os sentidos , sempre na incerteza dos poetas.
Depois,
ajoelha e engana a morte.
Afinal,
o amor é isso mesmo
uma
crença na eternidade.
© Margarida Piloto Garcia-OPUS-3-Selecta de poesia em Língua Portuguesa- publicado por TEMAS ORIGINAIS-2020
© Foto de Alicja Reczek
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