terça-feira, 14 de setembro de 2021

Akira Kurosawa




                                                                 AKIRA KUROSAWA


Quando a pulsação rebenta e o sangue jorra

as mulheres acolhem em si os temporais.

Abrem os braços aos bombardeios

para acolherem os filhos.

Desfazem-se em luzes e estilhaços

no meio de lânguidas canções e

respiram as cinzas das batalhas.

Sobrevivem às ausências

mesmo com a alma negra e o punhal pronto

para um qualquer ritual de seppuku.

São guerreiras que não estão na sombra

seja qual for o terreno da batalha.

Não podem hesitar sob pena de matar o sonho

e não haver futuro para amar.

Quando se despedem levam cardos na alma

e o medo dos dias crucificados.

Por vezes, como os grandes poemas

ficam na História.

Mas acreditem, elas só querem ser felizes!




Margarida Piloto Garcia in-LETRAS EM MARCHA- publicado por Calçada das Letras-2021



 

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