AKIRA KUROSAWA
Quando a pulsação rebenta e o sangue jorra
as mulheres acolhem em si os temporais.
Abrem os braços aos bombardeios
para acolherem os filhos.
Desfazem-se em luzes e estilhaços
no meio de lânguidas canções e
respiram as cinzas das batalhas.
Sobrevivem às ausências
mesmo com a alma negra e o punhal pronto
para um qualquer ritual de seppuku.
São guerreiras que não estão na sombra
seja qual for o terreno da batalha.
Não podem hesitar sob pena de matar o sonho
e não haver futuro para amar.
Quando se despedem levam cardos na alma
e o medo dos dias crucificados.
Por vezes, como os grandes poemas
ficam na História.
Mas acreditem, elas só querem ser felizes!
Margarida Piloto Garcia in-LETRAS EM MARCHA- publicado por Calçada das Letras-2021
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