Um coração de mulher não se parte assim
ao relento sem chama ou vibração.
ao relento sem chama ou vibração.
Primeiro mói-se o sangue na raiz do medo
roem-se os ossos da desgraça e espalham-se
ao vento ou nas ondas da praia.
roem-se os ossos da desgraça e espalham-se
ao vento ou nas ondas da praia.
Segundo enleiam-se os dedos delicados
ou ásperos desfiando rosários
nas mãos que amassam e cozem pão.
ou ásperos desfiando rosários
nas mãos que amassam e cozem pão.
Em seguida quebram-se os braços
que acolhem filhos com fragilidades
embuçadas para estancarem as feridas
ou reinventam-se as bocas que beijam
rendidas mas nunca saciadas, os amantes.
que acolhem filhos com fragilidades
embuçadas para estancarem as feridas
ou reinventam-se as bocas que beijam
rendidas mas nunca saciadas, os amantes.
Um coração de mulher parece doce e mudo
imprevisto no desespero e indecifrável
à luz da aurora quando morde a manhã.
imprevisto no desespero e indecifrável
à luz da aurora quando morde a manhã.
Um coração de mulher arde na dor
mas não se parte ou estilhaça assim.
mas não se parte ou estilhaça assim.
Um coração de mulher segue sempre
mesmo que em carne viva.
mesmo que em carne viva.
© Margarida Piloto Garcia- in- " A mulher no infinito dos tempos"-publicado por IDEÁRIOS 2020
Imagem © Sanne Sanne
1 comentário:
Haz escrito un poema
muy hermoso, un gusto
poder apreciarlo.
Besitos dulces
Siby
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