São assim as nossas noites
negras como lençóis de cetim, banhados ao luar,
cheias dum profundo medo do abismo...
mas mergulhando nele.
São negras as perguntas sem resposta
e os fantasmas da tua alma têm o cheiro da terra queimada.
Morro de cada vez que o cetim negro
me desliza na alma
e eu te imagino mais e mais
sem nunca te tocar.
São mágicas estas caravelas, que sulcam o meu mar
sem rumo definido,
batendo de encontro às tuas ondas revoltas
tentando não sossobrar nos escolhos
que teimas em semear.
Mas as nossas noites também são vermelhas,
chamas flamejantes e ardentes de fogo de artifício.
Nelas há palavras na língua voluptuosa da paixão
e eu descubro novas magias
e feitiços de encantamento
que teimo em aplicar.
As nossas noites são lambidas em faúlhas rubras
e morrem acetinadas nos restos negros da lembrança.
Margarida Piloto Garcia
2 comentários:
Olá. Parece que somos vizinhas!Somos amigas no hi5 e curiosamente também escreves poesia! foi uma agradável surpresa!
Escreves muitíssimo bem. Adorei.
Beijo azul...Sempre!
Olá amiga, que bom ver-te por aqui :)) Amei o texto...lindo!
Mil bjs no teu coração.
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