Hoje
o leito era uma cela.
Procurei
no silêncio a fome insatisfeita
e soube
que precisava da alma espraiada mar fora
sem
desertos depressivos, sem cobardias disfarçadas.
Consegui
de uma forma tola
erguer-me
cambaleante e não desistir
nem
me perder nos verões que me feriram.
A
lágrima que escorregou, já a lambi
e
mesmo sem te ter provado, sabe-me a ti.
Tens
de saber a terra, a mar, a especiarias.
O
teu corpo há-de ter o gosto almiscarado
de
tudo o que é raro e exótico.
Não
me importa se assim não for.
Tu
és a minha flor de sal.
Quero
desenhar com a boca a tua tatuagem
quero
conhecer o teu íntimo mais recôndito.
Esperei-te
toda a vida.
Continuo
a esperar-te...
©️ Margarida Piloto Garcia.- in CONEXÕES ATLÂNTICAS VI-publicado por In-Finita 2022
2 comentários:
poema trágico e de espera inderterminada .Será que encontrarás o que esperas????
vmnc
Uma espera determinada. Sabe o que quer, como quer e quem quer. Tudo isto numa poesia muito bonita.
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