E agora que vou fazer
se a vida em tamanho natural
não coube no meu bolso?
Que vou fazer depois de quebrar as asas?
Andar pelos corredores
a carpir palavras?
Na minha frente há cinzas de cigarros
e corpos com memória, fantasmas
que solicito quando a porta se fecha.
No tempo dos venenos
esqueço as promessas e abraço o silêncio
e o sangue das rosas.
Corro de mão dada com a criança
que subia ao palco ou com a adolescente
que remava e sonhava que o amor
não usava bisturi, nem dissecava a pele.
A vida corre allegro ma non troppo
não vá estragar a sinfonia.
Margarida Piloto Garcia
Foto de Monika
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