Mesmo que não possas fechar os olhos
mesmo que o medo te arda como uma gargalhada
incendiada
quando o amor chegar, segue-o
Embora os seus caminhos sejam íngremes e difíceis
enterra os silêncios ainda que rasgues novas
cicatrizes
Quando o amor chegar, rende-te
deixa que as suas asas te abracem
te sejam ninho e rima, ou restos de um sonho sedento
Embora o punhal escondido nas suas penas te fira o
coração
confia-lhe a pele naufragada num ardor antigo e
indecifrável
Quando o amor chegar, renasce
mata a fome e a febre dos desassossegos em busca do
verso não escrito
e grita nele todas as letras enquanto o corpo morre a
cada dia
© Margarida Piloto Garcia
© Foto de Edmund Kesting
3 comentários:
Bela síntese espera do amor.Ele chegou há muito...Mas nem sempre damos conta do quanto ele é importante
e quem nunca amou perdidamente que atire a primeira pedra!
que não eu. que gosto do poema.
prazer descobrir teu blog.
cumprimentos
Parabéns pela sua poesia. Abraço.
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