domingo, 10 de junho de 2012

Morte


 E lágrima a lágrima teço uma mortalha.
 Não me dêem louvores que já não ouço.
 Não me tragam beijos que já não sinto.
 Preciso de oblívio, de um buraco negro que me sorva.
 Não quero sorrisos...nem carícias.
 Não me mostrem paraísos que não existem.
 Quero uma estrada lisa, rude, informe.
 Quero tropeçar em cada raiz das árvores que não plantei e esmagar cada flor quando cair.
 Espero apenas um sol vermelho quando chegar ao abismo e a morte me sugar

 Margarida Piloto Garcia



1 comentário:

mfc disse...

O desespero não pode tomar conta de nós!
Nada disso...
A boa escrita não nos impele à tristeza!
Há que arribar e continuar sim a escrever bem, como sempre foi apanágio destas páginas!
Um beijo,