Eu já era assim
Tinha sagas futuristas agarradas nos olhos
e cobria os recantos escondidos e aconchegados
de poalhas de sonhos.
Em cada noite
fazia clones sem parar
uma máquina inconfundível de realidades estropiadas.
Quando as manhãs rasgavam o conforto
procurava na vida as personagens só imaginadas.
Eu sempre fui assim
ingénua e despudoradamente sôfrega
uma louca em banda desenhada.
As minhas mãos têm recordações táteis
guardadas para desfiar num rosário de noites brancas
em que a mente desenha borrões de tinta viva pingando gritos pelo quarto.
Tento não ser assim
mas escrevi um destino torto em fase terminal.
Margarida Piloto Garcia-in POÉTICA III- publicado por EDITORIAL MINERVA-2013
3 comentários:
Até que enfim ... regresso ao blog ...
Oi Margarida, tudo bem?
Se você é como eu que sente falta da Tertúlia Virtual, por favor, deixa um comentário neste link lá no Varal de Idéias.
http://cimitan.blogspot.com/2010/12/comentarios-que-valem-um-post_14.html
Estamos tentando reviver aqueles bons momentos da Tertúlia.
Um abraco
Excelente poema, gostei imenso.
Querida amiga, desejo-te um Natal muito feliz.
Beijos.
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