De palavras construí a minha estrada
de sonhos galopantes roubados à vida
sonegados na ponta de uma espada.
As palavras brilharam nos meus dedos
roendo bolores
polindo as feridas
enchendo de marés a minha alma.
Com palavras ungi o verbo amar
e rasguei as sedas do meu leito.
Algures por entre sonhos
as palavras são Pedra de Roseta
envolta em areia do deserto.
Sou uma nómada de sentimentos
à procura de oásis
onde sacie a sede dos desejos.
Levo colados
despojos de uma guerra eternamente travada.
Sigo qual tuareg
os áridos caminhos
que o maná das palavras
nem sempre pode atenuar.
Mas não encontro paz.
Sou apenas uma Xerazade
para quem as mil e uma noites
se esgotaram.
Margarida Piloto Garcia
5 comentários:
Margarida, vc pode participar da promoção das mães no Fio sim, que o livro chega aí!
bjs
Há sempre uma noite de esperança nas mil e uma noites!
Mas a Xerazade acreditou sempre, Margarida!
Amei o poema.
Beijo.
sempre involuntariamente no seio de uma batalha eterna....só estaremos bem onde não estamos, faltando sempre algo...talvez a certeza do almejado amor incondicional
Lindo e aconchegante blog o seu!
Obrigada por sua gentil visita!
bjs!
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