Colaste a tua boca à minha
e disseste segredos insondáveis.
Os teus olhos atearam fogos
devoraram, mesmerisaram e devolveram-me
à minha primitiva condição de mulher-Eva
Porque colaste a tua boca à minha
as nossas bocas são agora uma só.
Tenho o gosto dos teus lábios,
da tua língua
da tua saliva,
impregnado nos meus.
Sabor a pele, a mel
sabor a homem, a doçura.
Sabor forte, carente, sensual.
Quando colaste a tua boca à minha
o meu corpo morreu de encontro ao teu,
para logo reviver em ondas de paixão.
As carícias sonhadas não chegaram,
só mitigaram o vulcânico desejo.
Mas ao colares a tua boca à minha
a paixão partilhada foi tão demolidora,
que nos tornou pueris no medo da perder
e nos deixou nas almas um amor,
que por perfeito só pode ser sonhado.
Se ao colares a tua boca à minha
sentires que galopamos,
cavalos na bruma enevoada da manhã,
é porque o teu coração derreteu na lava ardente
e numa quase morte se fundiu no meu.
Depois de colares a tua boca à minha
os sonhos fugiram-me da alma.
Cruzaste os portões do impossível
reacendeste em labaredas
cada átomo do meu ser.
O meu corpo é um piano onde dedilhas
lânguidas e românticas sonatas,
galopantes e desvairadas sinfonias
Se quiseres colar a tua boca à minha
perceberás que o amor nem sempre é
como o sonhamos.
Ás vezes é simplesmente...melhor.
Margarida Piloto Garcia
4 comentários:
è tão bom mais tão raro.....
Maravilhoso beijo que nos leva a sensações intimas de cumplicidade e de paixão. Um beijo assim transporta-nos para aquele lugar de onde não queremos voltar...
Um abraço,
Poema muito intenso e cheio de amor.
beijinhos
poema cheio de amor e paixão muito bonito mesmo.
Fatinha
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